terça-feira, 27 de novembro de 2007

Gorila, Chipanze, Orangotango e o Sardinha

grunhe, grunhe e guincha
corre, pula e redemoinha.
grita, grita e relincha.

mata, mata o bicho.
quebra o galho mata adentro.
corre, corre e cerca
joga, joga, pau e pedra.
cerca, cerca e corre
joga flexa e lança.

grita berra e geme
toca os tambores
pula, pula na mata.

cerca, pega e fera
machado, lâmina e faca
fere, fura esguincha.
geme, chora como um bebe.

corta, lamina, esquarteja.
descabeça e destrincha.
jorra o sangue quente.
o gozo se avizinha.

gorila, orangotango.
macaco e chipanze.
aos pedaços se cozinha.

esfola,corta e come
carne doce e saborasa.
como era boa ...
igual à do bispo sardinha

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

semi-deus ?

Minha filha me perguntou como eu me sentia aos trinta anos
Olhei para os desafios que enfrentei nessa idade e respondi:
- eu pensava que podia carregar o mundo nas costas.
Espantada, retrucou rapidamente:
-se era assim aos trinta anos, como voce se sentia aos vinte anos ?
Nessa época, minha filha tinha vinte anos, então saboriei a resposta, com alguns segundos de suspense e respondi:
-sentia-me como um semi-deus.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Coreia, empoeirada Coreia

Coreia, empoeirada Coreia.
Viraste manchete de jornal.
Expremida entre a linha do trem e o muro da Eternit
Sempre foste esquecida.
Ao contrário da pátria inspiradora.


Quando os desterrado foram para esse barro
Esse pedaço de terra.
Essa faixa de gaza.
Nos arredores dessa estação.
Isso faz muitos anos.


Os populares te apelidaram.
Te chamaram de fim de mundo.
De antro de violência
Local de desterro e dor.


A Coreia alvo do genocídio japones.
A Coreia em pé diante do gigante.
Essa era a Coreia, nesses idos anos.
Dessa Coreia, caparam o brio e luta

Deixaram o véu negro como herança.

Esse véu te cobriu, com esquecimento.
Como te cobre a poeira barrenta de suas ruas,
nunca urbanizadas.
No seu chão faz muitos anos,
Não florescem nem escolas ou saúde,
mas sofridos pela vida.

Brotam de ti, dignidade e indignação.
Do desprezo sem perspectiva brota a rebeldia.
Da rebeldia a violencia.
Da violência o terror.
Da violência a tragédia.
Da tragédia representada a admiração.
Brotam os cruxifixados.
Repressão exemplar.

Encontros Casuais

Não pergunte de onde vim.
Por onde cairam as flores.
Nem quem encontrei pela estrada.
Quantas vezes lambi as feridas.
Ou soprei para passar as dores.

Não me perguntei por onde passei
você não irá fazer, eu sei
Só fica o silencio do tempo.
Um brilho irriquieto do que virá
O semblante calmo dos caminhos juntos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Qual a cor ?

O mal vem sorrateiro
Chega cinza, você nem vê.
Nao se mostar por inteiro.
mas ele esta lá, à espreita

Por fim se apresenta, com é
Sem saber de onde, surge
Uma super nova, um novo dia
Com sua energia tudo consome.

Quero o negro do carinho
O preto da bondade
A escuridão da amizade
A negritude do amor

domingo, 14 de outubro de 2007

no lugar de sempre

Vi o seu infinito transparente
Nada me escondestes
Do alto olhei pra ti
Seu ser cristalino reluziu.

Fui de um lado para outro
O dourado dos meus fios
A luz das suas águas
O cristal das suas pedras
O gélido de seu toque

Passando e correndo
Correndo e rugindo
Indo, indo, indo
Luzindo e brilhando
Sem parar, sem fim, sem fim
desde o inicio que te vi
voce esteva lá

O dourado de meus fios
o halo de sua alma
dragando o verde da vida
da vida que dás e rejunesce
a cada momento com seu toque.

vou e vou
descendo com voce
correndo junto
cantando com a pedra
com o sabiá laranjeira
no som de seu galho
mil folhas, mil ramos, mil troncos que cantam

o som do silencio
o silencio da agua
o barulho do rio
o ranher da ponte
o sibilo do vento
venha veja
venha sinta
venha comigo
olhe e escute
veja o barulho do rio
escute o voo dos passáros
sintas as canções que tenho pra ti.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Passar

Sentir uma paixão que toma conta do mundo.
Viver uma emoção que te arrebata em tudo.
Correr com uma canção que lhe soe bem fundo.
Não deixar passar em branco nem um minuto.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Um amor

O que é certo é que um amor, nunca é um só.
Por mais que se compartilhe, se divida e desminta.
Sempre um amor são dois amores.

Dividi meus tenros sentimentos.
Absorvi seus intimos sabores.
Falei dos recondidos escondidos.
Escutei atento seus segredos.

Dividimos um sonho indescritível
Juntos tivemos novas e novas vidas.
Dividi contigo a miséria.
E voce me deu sua riqueza.

Desmentistes minhas ilusões de você.
Te surpreendi com algumas maravilhas.
Decepcionei você tantas vezes.
E por outras tantas, fui surpreendidamente traído.

Não importa se esse amor é eterno.
Um deles são os meus sonhos.
O outro é o seu sendo escrito.

Não sei de onde vêm.

Não sei de onde vem
Essa sensação forte, violenta e avassaladora
Não sei pra onde me empurra essa força de dentro
Capaz de transformar a vida, num inferno, céu ou paraiso.
Purgatório permanente, indo e vindo.
Resistindo e lutando, contra ou com essa força frenéticamente.

Os mesmos.

Hoje reencontrei mais de uma centenas de amigos.
Mesmo assim vários não estavam lá.
Alguns dos ausentes muito queridos.
Chorei algumas vezes de emoção em alguns encontros.
Revi a todos e com alegria olhava cada um.

Emotiva e e arrojada nas suas decisões.
Sério e compenetrado.
Linda e faceira
Olhando a vida sempre do alto.
Compartinhado seus encontros.
Calma, falando de viés, mas com objetivos imutáveis.
Uma cicerone, agradando sempre a todos.
Cizudo, com caras de poucos amigos.
Envolvente e sempre jovial.
Um narrador de histórias.
Eram muitos..mais de cem.

Cada um com sua particularidade
Defeitos e qualidade.

Mas não mudamos ao longo desses 30 anos.
Sempre fomos assim.
Então fiquei como eu sou.

domingo, 26 de agosto de 2007

O impossível

Faça o seu melhor,"do your best", dizem os americanos,

Tem homens que fazem o impossível.
Tem outros que fazem além do possível.
E uns poucos superam o que lhes é impossível de fazer.

Os que fazem o impossível, superam a expectativa de sua época.
Fazem algo que parecia impossível.

Outros fazem tão bem o seu melhor
Que estão sempre superando os seus limites.

Por fim aqueles que rompem todas as barreiras.
Acabam imolando-se para atingir seu objetivos.
Exemplos simples.
O bombeiro que pulou no poço das ariranhas.
Salvou a criança e morreu.
O portador da vitória dos gregos.
Deu a notícia e morreu.

Meu compadre Tonico, resistiu à 52 dias de tortura na ditadura militar.
Hoje, dia 29 de agosto, prestamos nossas homegens.
À um homem que superou o seu impossível.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Marcus Crasso e o Partos

Ter como herança um livro, já é uma dádiva.
A mais valiosa herança que recebi foram "A historia dos grandes homens da antiguidade" de Plutarco.

Foi ali , que pela primeira vez, li a historia de Marcus Crasso(115 Ac - 53 AC)
O que ficou sempre na minha mente foram as incógnitas razões que levaram o Consul Marcus Crassus a se embrenhar pelo Caucaso para guerrear os Partos, para lá ser emboscado, ver seu exercito destruido sob uma chuva de flexas e posteriormente morrer nas mão dos Partos.

Mas o Partos, continuaram na mente dos Romanos.
Marco Antonio(83 AC - 30 AC), no segundo triunvirato romano, governador da Asia, move o Exercito do Oriente contra os Partos.
No primeiro confronto, as legiões romanas não sustentam o combate e recuam para dentro do acampamento.
Nessa noite, segundo Plutarco, é praticado o dízimo. Um em cada dez legionários que não sustentaram o combate são mortos pela nas mão de Marco Antonio.
Finalmente vence, mas o Exercito do Oriente sofre pesadas baixas para a proxima guerra cívil contra Otávio.

sábado, 18 de agosto de 2007

Pode?

Pode o falcão flexado continuar sua rapina ?
Pode Marcus Crasso voltar a Roma sob as flexas dos Partos ?
Podemos passar pela vida sem ser consumidos por ela ?

A morte de Marcus Crassso destruiu o triunvirato.
Sob a égide de Cesar, Marco Antonio vingou Crassus.
O dízimo foi pago pela vitória sob os Partos.
Seu peso foi a derrota para Otavio.
O poderoso exército do Oriente, sucumbiu.

Pode o falcão alvejado continuar sua rapina?
Podemos passar pela vida sem ser consumidos por ela?
Pode a gota de chuva cair sem molhar?
Pode o vento soprar sem o grão rolar ?

A vida passa e consome os forte
A vida passa e deixa os fracos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

siluetas

No recosto de seu macio tronco
vimos o horizonte
sempre a sombra de suas folhas
sorvemos juntos o frescor das gotas de orvalho
Respiramos o ar das noites frescas
Sentimos trovões, relâmpagos, ventanias
Resistimos

Na terra macia, negra e fertil
No cascalho arido e seco
aprofundaram nossas raizes
Somos um.
A silueta de nossa árvore ficará no horizonte

domingo, 29 de julho de 2007

3 corações

O céu se põe.
Um manto de nuvens o cobre,
despedindo a luz
que some pouco a pouco
Só ficam lembranças,
do dia de sol que passou.
Ficam as impressões
chegam as expectativas



Três remadas,
a agua passa.
Risca tranquila a lamina d'agua.
A canoa desliza
Na margem apenas sombra,
em frente não há contorno.
Tres remadas e um suspiro

Passo firme, madeira bamba
Quanto mais longe,
mais range e balança
Quero chegar no lado de lá,
nem arrisco olhar para traz.
Corro, corrro não me canso

Da areia quente,
da tarde morna
fica a marca,
impressão latente,
calma e turmalina.
Sem barreira a frente,
cruza e traça o destino
minha canoa placidamente

Toda tensão da travessia
reteza o corpo, energia
Candura, amor, ternura.
Te encontrar finalmente.

sábado, 28 de julho de 2007

mãe ! fudida, fudida e meia

Mãe !?
Fudida, fudida e meia.
A favela corre aqui,
nasci lá em Camará,
vamos levar frango assado !
você que me pariu por lá.


Vamos ir de roldão
Sem nenhuma hipocrisia
Abrir o isopor na areia
como sua Amiga Luquinha fazia.


Foi assim que fui feita
Nada tenho a esconder.
Preto, branco ou coisa feia
mesmo sangue nas veias.


Dondoca cale a boca
que a carruagem tá passando.
Vai ficar na pior.
é só tu fica fofocando.


Não me importa o que digam
Não vou levar caideira
meus pés firmes no chão
no barro subindo a ladeira

Selva de Pedra, passos adentro

Luzia seguiu seu caminho em volta da Selva de Pedra.
Enquanto isso eu caminhava cada vez mais para ela, para dentro dela, sem saber.
Dobrando à ultima rua do Jabour a visão se abria era de um campo de futebol.
Igual à muitos outros de terra batida, sem redes.
A sua direita estava o Rebu, à esquerda o Cavalo de Aço e no fundo a Selva de Pedra.
Todos os tres eram conjuntos de triagem, feitos para alojar favelados que perderam suas casas por inundações, incendios, despejos.
Triagem porque o tamanho da casa era inadequado como moradia para as famílias.
Seria uma passagem provisória para outras residencias.Mas o provisório se fez definitivo e os padrões mudaram.
Anos depois esse passou a ser o padrão de residencias construidas na região.
Quando chegava à beira do campo a Selva de Pedra ainda não se mostrava nitidamente.
Ou por causas das biroscas construidas em puxadinhos nas casas.
Ou porque na parte da frente delas haviam pequenos arbustos.
Ou talvez pela poeira do racha que estava sempre acontecendo.
E também porque sempre havia movimento de pessoas saindo e entrando da selva que turvavam a visão.
Contornando o campo chegavamos a rua que passava na frente do conjunto.
Um asfalto gasto, totalmente gasto, com buracos em muitos lugares.
Fomos caminhando travessa um, dois , tres, quatro , cinco , seis, e continuamos, travessa sete, antes de terminar o conjunto, travessa oito e dobramos a direita.
Entramos numa ruela cimentada, mal cabia um carro. As casa eram uma construção só com 4 habitações geminadas e que definiam um bloco.
Primeiro bloco, segundo bloco, terceiro, e após o quarto bloco havia um largo que cortava todo o conjuto onde se viam pequenos parquinhos com escorregas e outros brinquedos quebrados.
As paredes eram de cimento chapiscado.Umas caidas de branco, outras de tijolo, de azuis, de verdes, não caidas, poucas amarelas.
Mas aquele ponto o vão central do conjunto parecia melhor cuidado, menos esburacado.
Cruzamos em direção a casa de esquina, abrimos a portinha de madeira velha que dava acesso a meio metro de terra com algumas plantas e batemos palma e lá de dentro veio uma voz dizendo: podem ir entrando.
A casa tinha telhas de amianto e havia um vão entre as paredes e o telhado.
A sala era pequena mesmo, menor que imaginei, cabia algumas cadeiras, uma televisão e uma mesa com uma toalha velha e ali nos exprememos.
Foi então que conheci Madalena.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Saideira

Abaixo registro meu e-mail de despedida para os colegas de trabaho.

Veja bem... olhe só...

...nessa semana mostrei pra minha neta as nuvens rosa do por do sol.
As primeira estrelas que apareciam e a Lua que estava sobre nós.
Eu disse para ela que a Lua cantava e conversava.
Ela me respondeu que a Lua cantava para ela, e cantarolou uma musiquinha.
Mas me disse a Lua nunca havia conversado com ela ...e fez uma carinha tao triste, com um pequeno biquinho.
Por isso que convido os amigos que fiz ...para beberem um chopp em homenagem das coisas boas da vida...
Uma saideira.Voltando pro Rio...
Foram bons 7 anos de convívio.
Muito trabalho, algum stress
Mas antes de tudo, as horas que tive a honra de compartilhar com voces.

Como toda boa saideira, ela é: um até breve, até o próximo chopp.
Não será uma saideira exclusiva.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Celebração

Não pude estar presente.
A curiosidade enche meus pensamentos.
Como foi a festa e a celebração da união desses casal de amigos.
Sei que a comemoração, para o mais paulistanos dos cariocas que conheço teria que ser numa casa de massas.
Para São Paulo, é uma honra ter um carioca paulista desse naipe.
Me disseram que a lazanha era a melhor de uma vida inteira.

Por favor me respondam.
Quando o juiz de paz perguntou se Paulo aceitava Leticia como sua esposa qual foi o timbre de sua voz ?
Foi um timbre ligeiramente trêmulo para não ferir com quem falava ?
Foi de uma sonorizadade macia para expressar seu carinho ?
Só pode ter sido assim, porque isso que vi várias vezes !!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Única

Bilhões, milhões, milhares ...
Mas para mim basta um.
Para mim é só você.

Explosão

A matéria explode
Sem razão a sua natureza
tornado, furacão, terremoto, supernova
Com sua força
Rasga o seu destino incompreendido.

Ó destimda !

No seu caminho o que lhe posso ser ?

cor de bronze, negro é o sangue - 2

É possível para a sociedade branca, das metrópoles brasileiras, fingir que não tem nada haver com a secular escravidão promovida nas terras do pau brasil ?

Será que a crueldade e a arrogancia, a exploração e a humilhação, promovida nessas terras não tenham herdeiros ?

Não basta esconder esses fatos por traz de uma fachada cosmopolita, de uma cultura liberal, de uma formação publica, republicana, não discricionária. A questão é que o fato existe.

cor de bronze, negro é o sangue

Não vim de navio negreiro.
As correntes nao prenderam-me no pelourinho
Não conheci a escura senzala
nem meu suor correu pelos senhores

Não sou negro, mulato ou jambo
picuinho e duro meu cabelo não é
A chibata curel e vil
minhas costas não cortou
Nem meu sexo tomaram a força.

sou vergonhasamente branco
Arrogantemente livre
Vaidosamente belo
sempre senhor de tudo

Jambos, mulatos e negros
A criadagem conheci
os braçais, os guetos, as favelas
a pobreza tem sua cor.

herança recebida
dos que vieram antes de mim
Deixaram-me esse vaso de joias
joias de humilhação, sangue
joias que joguei fora.

Ó joia do amor
Mulata, cor de bronze dourado.
negro é seu sangue.

Descendeste de mim
Uma urna verdadeira
Uma tocha viva
pros que virão depois de ti.

Quando um mais um é igual a um

Que é a vida sem esses momentos ?
Despedidas são sempre encontros.
Porque ao rasgar e romper, mesmo que provisóriamente os laços, eles, laços quebrados expõem os diversos elos quebrados, e como pela complementariedade foram constituidos.
A felicidade, a alegria o prazer vem da experiencia de completar o mosaico das relações com a natureza e os outros.
Prometo divagar mais sobre esse assunto.

Foi por isso que na "pequena" despedida do meu amigo Rodrigo na sua viagem para Inglaterra, à entrada da Marcia no bar de nome espanhol, Dom Mariano, me chamou tanta a atenção.

Conheci Marcia à alguns anos atraz, quando ainda era tenro o seu relacionamento com Marcelo.
Nos anos que se seguiram, vi as pequenas diferenças se complementando e gerando os laços fortes que à olhos vistos estão estampados no semblantes dos dois. Aqueles momentos que dois não parecem mais dois, mas apenas um dividindo um sem número de segredos e cem número de pequenas realidades, não importa se de conflito ou convergencia mas prazerosa pelas sua existência. aqueles momentos que dois, expressam que sua relação, já por si só representa outra realidade.

De público não posso aqui reproduzir todo a minha cantilena, ainda mais, que estava um pouco sob efeito do alcool de um vinho ruim que me fez mal logo em seguida.
Mas podem tirar suas conclusões.

3 semanas terríveis

Depois de 3 semanas de sofrimentos que me deixaram fora de combate volto a escrever.
Senti muita dor nesse período.
Por isso o pequeno poema do posto abaixo, feito nesses momentos.

A nossa sociedade, ou melhor na estratificação social que vivo, a dor não é um elemento relevante da vida humana.Temos tratamento médico, analgésicos, e mesmo doentes raras vezes essa realidade está muito perto.
Mas de fato, a dor é um elemento da humanidade.
Fala da dor física, advinda dos males do corpo.Dilacerando diretamente o espirito pela teias que prendem-no diretamente.
Como, passei por cinco médicos e só no final consegui um tratamento clínico que aliviasse minha dor, pude vivê-la de maneira intensa.

Já tinha vivido após minha operação a outra experiência com a dor, a do alívio.
O paciente que sai de uma cirurgia de abdomen e tem acesso à remedio a base de morfina para aliviar a dor.
Quando cheguei no leito do quarto e recobrei a consciencia, eu estava bem.
Mas passado algumas horas, um dor intensa e profunda começou a aparecer.
Contraia meu abdomen de dor, fazendo levantar ligeriamente à altura do pescoço.
Ainda era dia, e eu estava acompanhado e logo veio um moça de branco, um anjo, que injetou um liquido no soro. A faca que resgava meu abdomen passou, e fiquei num estava de ligeira exaltação.
Passado várias horas, os sinais da ameça da volta começaram a surgir.
Como desejei ver a moça de branco, meu anjo voltar.
Imaginava como fica um dependente químico, ansiando pela tragédia da cura de seu tóxico.
Quando ela dobrou à porta... antes mesmo de voltar a injetar à substancia no soro, já sentia vir o reconforto da inexistencia da dor.

terça-feira, 22 de maio de 2007

A dor


Essa dor corta minha carne.
Um raio rasga por dentro de mim
Como a execução romana.
A adaga corta meu corpo.

Estou zonzo.
Meu corpo não sorri, apenas treme.
Envolvido na sua fragilidade.
está sem rumo, perdido.

Parece desvanecer.
Sacudido pela dor latente.
Explode um estertor, contorcendo-me em tremores.
O desfalecimento surge, como um âmbar, um nectar à beber.
Na nevoa da inconsciecia, as sombras e siluetas são o horizonte

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Uma Flor.

Uma flor, flores
Cresce , crescem, se multiplicam
Deixam de si ao redor
Suas cores, seus aroma, seus perfume.
Deixai florir
Nas encostas, campos, colinas, jardins
Cultivadas ou silvestres.
Sede livres
Vivam a efemeridade da sua beleza e a liberdade de sua estação.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O ...está louco

Das Grades do Exílio 004

Conforme as aulas do prof pardal, quando apresentarem algum argumento que tendo referencias na realidade, te colocar numa situação desconfortável, existe uma resposta facil, que obrigará o interlocutor a procurar mais elementos de convição e você ganhará algum tempo.

Diga assim :

A concorrencia está louca.
A empresa está louca
O mercado está louco.
.
.
.
etc

Noite em Claro

Mal saí e quero estar de volta
Estar aí contigo
No teu colo.
Evolvido em teus braços
Como se estivesse deitado na relva
Sentido o cheiro do mar
Coração batendo forte
com teus acalantos
Transpirando seu calor infernal
Sorvendo sua bebida gelada
Ouvindo seu sussuro
Ah meu amor, te quero de volta.
Não estou bem.
Adoecido tão longe
Uma noite em claro
Ainda com dores
O cinzento corroe minha alma.

Heroina

Minha mae, sempre esteve comigo
Moveu terras moveu mundos
enfrentou os absurdos
vento e céu tudo ela moveu
loucura de paixão.
desde o inicio.
ainda dentro dela
batia perna percorria o chão
para lá do topo
sempre olhar o destino
o horizonte pequenino.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Plugin and Play é ótimo, quando funciona.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Luzia ao Sol

Nos idos do final da década de 70 conheci Luzia. Tinha por volta dos seus 10 anos. Sua cor brilhava ao sol, um negro retinto, reluzente. Normalmente andava com roupas que a olhos vistos pareciam de quermesses de igreja. Sempre um pouco maiores ou menores do que seu tamanho. Pela rua ela ia com uma lata na mão e seu irmãozinho a tira colo, sempre de nariz escorrendo.
A lata e o irmão, ela usava para pedir comida de casa em casa.

Ela morava na Selva de Pedra, nas bordas onde morava estavam à famosa Rua C, o Cavalo de Aço, o Rebu e o Jacaré. O único bairro era o Jabour, e por isso era ali onde ela pedia comida.
Sua mãe, era o arrimo da família, fazia faxinas esporádicas. Eles passavam fome.

A comunidade que eu participava organizou para que sempre existisse comida na casa de Luzia daqueles dias em diante. A consciência de todos melhorou com o gesto.

Alguns dias depois voltei a encontrá-la, da mesma forma vagando pelo Jabour. Perguntei se faltava algo. Ela olhou pro chão e continuou seu caminho em busca da segurança da comida dentro da lata.

De longe é mais linda

Pra quem te vê de longe, você é mais linda