sábado, 16 de fevereiro de 2013

doído


Doido, foi muito doido.


O coração ficou tão doído, 
quando se viu sem futuro.
Pensou estava tudo perdido,
tanta perda e sofrimento.
Pela historia fora traído,
num turbilhão de promessas,
os pequenos gestos destruídos.
Sem você não aguento,
esse sofrimento desmedido.
Se esvaem-se as esperanças,
cair, sei que não é raro,
não sei como  me sustento,
sobre esse  chão remoído

3 comentários:

jmsolano disse...

Para uma bela loucura...um bom #vinho.

Fabiana Ratis disse...

Cada um lembra do que marcou, do que foi doído. Não necessariamente com tristeza, mas com uma sensação de superação ou de de como sobreviveu a perdas amorosas ou até de entes muito queridos. Voltei 16 anos e dei o último bom dia ao meu pai. Doído! Lindo na dignidade da essência do sentimento.

flânerie e linguagem disse...

Há uma angústia dilacerante cujas palavras circunspectas tentam suavizá-la. A dialética entre o homem medida de todas as coisas e aquele totalmente descentrado é muito enriquecedor nesse vir-a-ser poético. Ele racionaliza:"Pensou estava tudo perdido,
tanta perda e sofrimento.
Pela historia fora traído,
num turbilhão de promessas,
os pequenos gestos destruídos." Mas ao mesmo tempo deixa emanar sua fragilidade, que, na verdade, dá vasão à sua força por se permitir a cura pela palavra.

(Perfeito!)