quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Coreia, empoeirada Coreia

Coreia, empoeirada Coreia.
Viraste manchete de jornal.
Expremida entre a linha do trem e o muro da Eternit
Sempre foste esquecida.
Ao contrário da pátria inspiradora.


Quando os desterrado foram para esse barro
Esse pedaço de terra.
Essa faixa de gaza.
Nos arredores dessa estação.
Isso faz muitos anos.


Os populares te apelidaram.
Te chamaram de fim de mundo.
De antro de violência
Local de desterro e dor.


A Coreia alvo do genocídio japones.
A Coreia em pé diante do gigante.
Essa era a Coreia, nesses idos anos.
Dessa Coreia, caparam o brio e luta

Deixaram o véu negro como herança.

Esse véu te cobriu, com esquecimento.
Como te cobre a poeira barrenta de suas ruas,
nunca urbanizadas.
No seu chão faz muitos anos,
Não florescem nem escolas ou saúde,
mas sofridos pela vida.

Brotam de ti, dignidade e indignação.
Do desprezo sem perspectiva brota a rebeldia.
Da rebeldia a violencia.
Da violência o terror.
Da violência a tragédia.
Da tragédia representada a admiração.
Brotam os cruxifixados.
Repressão exemplar.

Um comentário:

Do.Exilio disse...

Silas e Pompeu, fizeram um estrada de cruxifixados com os gladiadores de spartacus derrotadas.
Disputavam a gloria pela barbarie.