Não vim de navio negreiro.
As correntes nao prenderam-me no pelourinho
Não conheci a escura senzala
nem meu suor correu pelos senhores
Não sou negro, mulato ou jambo
picuinho e duro meu cabelo não é
A chibata curel e vil
minhas costas não cortou
Nem meu sexo tomaram a força.
sou vergonhasamente branco
Arrogantemente livre
Vaidosamente belo
sempre senhor de tudo
Jambos, mulatos e negros
A criadagem conheci
os braçais, os guetos, as favelas
a pobreza tem sua cor.
herança recebida
dos que vieram antes de mim
Deixaram-me esse vaso de joias
joias de humilhação, sangue
joias que joguei fora.
Ó joia do amor
Mulata, cor de bronze dourado.
negro é seu sangue.
Descendeste de mim
Uma urna verdadeira
Uma tocha viva
pros que virão depois de ti.
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Um comentário:
esse eu quero num quadro junto com o meu la em casa!!!!!!!!!!!!!
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