sexta-feira, 2 de novembro de 2012

espelho

Você em meu espelho,

mesmo um pouco turvas,
vejo suas lindas curvas,
nas águas desse reflexo.

Você em meu espelho,
resplandece tão leve,
com suave brilho,
um instante breve.


Você em meu espelho,
imagem doce e fugaz,
lembranças que amealho
visão que me compraz.

3 comentários:

Cotidiano disse...

Esta lembranças que de tão vivas,parecem visagem.....

flânerie e linguagem disse...

Ora, "no meu espelho", na minha visão de leitora, vejo uma Musa inatingível, não sei se à maneira dos românticos do século XIX. Talvez, a Musa já tenha se entregado aos desejos do poeta, mas a forma como ele a vislumbra assemelha-se à idealização romântica de mulher fatal, arrebatadora, Senhora da verdadeira paz num mundo caótico, do qual só o amor pode lhe resgatar e trazê-lo de volta à harmonia do cosmos(risos).
Observe:

"Você em meu espelho,
imagem doce e fugaz, lembranças que amealho visão que me compraz."

Quer dizer, só no reflexo sentimental do poeta ela é "doce e fugaz" lirismo bastante terno. Bem, e o conflito... ela é fugaz, eterniza-se nas lembranças! O poeta tem que viver a amargura, "o inferno de amar" de Almeida Garret para se regozijar. Eis os bons ingredientes do sempre ilustre Romantismo.

Preciso falar que gostei? Eu gostei! KKKKK. Poetão! Abraço, amigo.

Angie disse...

Isso, foi um hálito qualquer a embaçar o teu espelho, sempre impecável!