sexta-feira, 23 de novembro de 2012
cantiga de ninar
Dorme, meu amor,
que a noite lhe tenha,
enquanto não venha,
o sol, brilhar onde for
Dorme, um sono, tranquila ,
enquanto a lua te vela,
essa claridade singela,
ressalta nossa paixão.
Dorme, o sono das musas,
que na sua inquietude,
inspira todas as luzes,
e afaga minha solidão.
Dorme, calma e serena,
um sono flutuante,
flanas pela ravena,
na brisa, um instante.
Dorme, perene rio,
passas cheia de paz,
nem um mero assovio,
revolve-me e compraz.
Dorme, como tu és,
límpida e fulgurante,
esbelta, sem viés,
minha e deslumbrante!
Dorme, roubando meu sono,
porque enquanto dorme,
marcas nosso destino,
sobressaltos, sede, fome,
saciados em amor cristalino.
Dorme, linda, e guarda,
acaricia meu peito que arde,
nessa noite tão tarde,
de paixão desvairada.
Dorme, até o alvorecer,
que raia e te espera,
e quem sabe nessa hora,
eu consiga irromper,
aí, juntinho, bem ao seu lado.
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4 comentários:
Simplesmente lindo!
Escutavam-se no silêncio...
Terno, lúdico, passional, lírico. Sem palavras, pasmas, deixaste minhas mãos se contorcendo, enquanto lendo, singelezas de um tempo que não vivi...
BRAVO!
Muito legal! Texto primoroso
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