domingo, 11 de novembro de 2012
agonia e descaso
Fico pensando e imagino.
quanto recalque a purgar,
não entendo esse desprezo,
declarar que fez destino,
imaculado ódio a destilar,
ao outrem, e total descaso.
Meus filhos, minhas vidas,
assassinados em maio,
apuração? a quem compete?
Esse fato comum e diário.
queimadas,
em cento e cinquenta e sete,
incêndios espontâneos,
quase simultâneos,
já foram apuradas?
o tudo que tinham, era nada
tomaram-lhe esse pouco,
ficou terra arrasada,
para seu ouvido de mouco.
A justiça é dos poderosos,
não há como descrevê-la em versos
sua moeda é o interesse,
não é assim que lhe parece?
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3 comentários:
Valeu ;)*
"...o tudo que tinham, era nada
tomaram-lhe esse pouco,
ficou terra arrasada,
para seu ouvido de mouco.
A justiça é dos poderosos,
não há como descrevê-la em versos
sua moeda é o interesse,
não é assim que lhe parece?..."
É de chorar, chorar, chorar, de dor, de indignação, desespero de causa, sei lá. É triste, é duro ver nossos irmáos passando por isto. E eu náo poder fazer nada além de chorar.
Pelamor...
Um poema de indignação, muito bem escrito. Lembra-me claramente João Cabral de Melo Neto, em "Funeral dos Lavradores":"...É a parte que te cabe deste latifúndio; é a terra que querias ver dividida.."
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