segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Serra da Misericórdia

Serra da Misericórdia,
seu morro do Alemão,
muito tempo nomeado,
como um cavalo louco.
a imagem inconsciente,
de um inimigo qualquer.

Tantos e tantos outros,
Estácios, Rebús e Sapos,
Coreias e Vinténs
Foste o clarão do abandono,
o antro, que lhes convém.

O pó vermelho, branco,
barro marrom batido,
da ignorância e das tragédia
de suas loucas barbáries,
lugares de ninguém.

Uma visão te deixaram.
Sangrar às pedras da Penha,
à sombras do véu de incenso,
que subindo, a senhora louva.
orar, rezar e arder, velas aos céus !
Alimentando, iluminando,acalentando,
o conformismo te sobra.

Dessa vocação de ser
a periferia do tráfico,
a juventude desesperada,
o ponto para a farda arregada,
o entreposto de tortura e morte.
O que restou,
quando dessa marginália periférica,
o fogo surgiu como rebelião?

Uma ação exemplar se requeria.
Tropas, tanques, força e policia.
Radios, televisão e toda midia.
Para mostrar um exemplo de covardia.
divulgar acachapante rendição,
ou talvez, uma catarse social,
uma chacina de exemplo à essa súcia !
Um prêmio de merecida púnição.

Quem sabe poderemos
fugir pros céus,
desse inferno feérico,
pelos cabos esticados,
até bem lá no alto,
de seu novo teleférico.

mas, e os cabos?
cade os cabos ?
sumiram ?
ainda não estão prontos !

PS:
Sempre que uma súcia, em qualquer sociedade, encontra meios de sobrevivência, que não se adequam aos interesses econômicos constituídos, o castigo vem a ferro e fogo.
Vide a pilha de cruzes enfileiradas ao longo da via Ápia, de Roma a Cápua ( terceira guerra servil - 73 AC á 71 AC)



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